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9 de mar. de 2009

Tudo é nada

Estonteante pré-reencontro
Desfocado na surpresa
de não ser
Não era o Ser
de não ser no movimento
invertido de querer ser
outro ser a querer também ter.

Não tinha nem um nem outro
na surpresa de não ter
De não ter conhecimento da vontade de querer
Ser o que não se espera
no movimento arbitrário de querelas
remetidas na presa fala
surpresa do reencontro interrompido
que não era.

Tudo é nada.

Marcas

São 18h42. Não, não é.
Marco o tempo ou deixo ele me marcar?
Não sei responder.
Penso, penso, penso...
E esse movimento exercitado
Do pensar é quase como as batidas do coração.
Tuntum, tuntum, tuntum...

Tudo pára e eu já não tenho o sentido do tempo.

Somente as andanças do meu coração a marcar.

...

...
Núcula vazia da
síntese de ter não ter
De querer ter e não ter o
Nódulo de retinas ensimesmadas
Vazias...
De pares voláteis
na superfície de suposta fatalidade
da carência que rebate
refletida em querelas sonhadas
de anseio que se abre na
realidade de quereres
Querer
querelas
Aquarelas.

A Arte e o Silêncio – Tempo, no tempo (Para o Jodru)

Tempo, o tempo... O tempo é amigo do tempo e só o tempo dirá ao tempo.
No tempo fazemos, re-fazemos achamos e re-achamos que temos o tempo.
O tempo se diz tempo. Será tempo?
Tem tempo. Tempo de quê, do quê?
É esse que se integra no limiar do tempo.

Tempo silêncio
Arte do tempo
Silêncio tempo
Tempo arte
Tempo silêncio tempo
Tempo arte tempo
Arte silêncio tempo
Tempo silêncio arte
Silêncio arte tempo
Silêncio arte do tempo
Tempo silêncio na arte
Arte silêncio do tempo
Tempo tempo tempo

Silêncio silêncio silêncio

Arte no silêncio
Silêncio arte

Arte e silêncio

No tempo tempo tempo
Tempo da na arte
Tempo no do silêncio
Tempo do no espaço
Tempo do no sentir
Tempo na da vida
Da Tempo tempo tempo

tempo tempo tempo
Tem... Tem... Tem... PO
TEMPO no TEMPO
TEMPO.

...

Sinta a atmosfera intensa
de um dia qualquer
Transpareça na mudança que está a sua frente
Cresça apareça desarmada no ladeamento que está por acontecer.
Sorria você não está sendo filmada.
Suma, fuja, corre do mar de medos e receios.

...

Estúpida sensação
de sentimentos
Evolução em falta

Sentimento com gosto
de mentira re-sentida

Xinga o covarde de covarde
bosta, mesquinha, filhinha da putinha

Rompe, corrompe
mas digas o que
queres da deusa incortida
antes de jogar contra a parede
e chamar de lagartixa.

Questione o senso do
não senso insatisfeito
de querer comer

coma e catarre
todas as faltas
não-faltas que come - ti.

Exagere na dose
Diga a verdade
pra ir
ter
não ter mais a
fome
que aqui
ali
atamos.

Um que de não sei que

Te quero!
mas tenho em mim
inerência repugnante
impotência de
não sei o quê.

Quero_te!
do avesso e do recomeço
mas tenho contido
em mim
a teimosia que
me restringe
perante a ti.

Ter Querer
longo e estreito processo
que se diferencia
pela letra maior do verbo
infinitivo
Querer, Perder, Poder
Te querer querendo.

...

Revelações
em conversa.

Preciso falar
falar para parar,
revelar
a incoerência dos atos
cortantes deixados em paralelas
de hábitos sustenidos,
suspensos.

Conversas
reveladas dão a mão
a caminhos
partidos, partindo
mal rascunhados
conservados em suspenses
arados.

Desnudas são as palavras em
fala muda contida no
verbo transverso.

Retrocesso de excessos
camuflados de atônitos verbos
ditados em figuras inanimadas em
pertences anseios mesmos.

E o tempo,
delicadeza
que se anseia pela revelação
ação cortante do rever velar re-velar.