+ no

28 de abr. de 2010

...

Os vírus morreram
embriagados
nas formigas
cozidas
trazidas
nas erosões subterrâneas
das formas
das coisas
de ser
não ter
pedras
na boca
do estômago
entalado
no não dito
e tenho dito
da bio_diversidade
cidade
idade do brio
da não embriaguez
das coisas
dos vírus
interrompidos
a morrerem
encurralados
no reverso
verso
avesso
da coisa
essa
pedra essa
seca essa
ressaca após a hora dessa.

...

O calculado caos desmedido

Respira
inspira o oco
acaso de
paredes enfileiradas
construídas, destruídas
na superfície aérea
poluída do horizonte
Sombra deserta
remontada na transvida
cadente do caos de pé, chão
força de ter não ter
todas as coisas

Mas ser para quem
o inaudito caso caos pensado
é ignorado
das
nas coisas
corroendo pessoas
pessoas corroendo pessoas
pessoas corroendo
coisas
coisas corroendo coisas
ascos de coisas

Sensações mesmas,
sensações outras
sensações...
na construção, destruição
do caos medido
sentido
santificado
calculado
pelo São caos
medido.

A_mém.

14 de abr. de 2010

En_graça_vida

A vida é real
realmente
engraçada
Como uma rosa
que desabrocha
Como a moça
que ergue a rosa
ganha_da
e sorri
pra vida
e pra rosa
que é branca
Como a cor da
nuvem
no céu que
afrouxa
Como a outra que
compra
meia dúzia de
rosas
de múltiplas cores
e se dá de presente
pra ver a
graça da vida
pra se fazer de
graça
pra rima
que sonha pétalas
por real
irreal
da rosa
em graça
de vida.

13 de abr. de 2010

Bicho II

Não sinto o peso da idade,
sinto o peso do mundo
da humanidade que corre
em busca do nada
e do tudo
da coisa feita, desfeita e
refeita
redemoinho de vezes
de mim
em mim
de ouvidos que não ouvem,
sentem
de vozes que não falam,
ouvem
de corações que não batem,
calam
escalas de idades que flutuam
crescentes na descendência
do peso das coisas
da febre íntima
de ser
de estar sendo
equacionado
no diminuto
da soma
do peso do mundo,
na superfície das coisas
do tudo
do nada
que é tudo do nada
nada do tudo
do tudo ao mesmo tempo
do bicho perdido no mato
sedento
do bicho que sou
e fui
a seguir
perdido
encontrado
se encontrando
no cu do mundo
cu nu
dentro do tudo
avesso a idade do mundo.

Bicho I

Eu sou um bicho assustado
no meio do mato
vazio
da cidade ao longe
que soa música no ar
da casa ali
ali perto
desnuda em sua brancura
perdida
de alma preenchida
na cidade aberta
de arcos ao ar
a ronronar
suspiros ao luar
escondido no ardor
do por
Sol ao entonar
vozes as estrelas
a talhar
o silêncio a retomar
as luzes da cidade
a clarear
o mato se afugentar
na doce candura
do bicho
no meio
de tudo
que ali esta.