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13 de abr. de 2010

Bicho II

Não sinto o peso da idade,
sinto o peso do mundo
da humanidade que corre
em busca do nada
e do tudo
da coisa feita, desfeita e
refeita
redemoinho de vezes
de mim
em mim
de ouvidos que não ouvem,
sentem
de vozes que não falam,
ouvem
de corações que não batem,
calam
escalas de idades que flutuam
crescentes na descendência
do peso das coisas
da febre íntima
de ser
de estar sendo
equacionado
no diminuto
da soma
do peso do mundo,
na superfície das coisas
do tudo
do nada
que é tudo do nada
nada do tudo
do tudo ao mesmo tempo
do bicho perdido no mato
sedento
do bicho que sou
e fui
a seguir
perdido
encontrado
se encontrando
no cu do mundo
cu nu
dentro do tudo
avesso a idade do mundo.

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