+ no

22 de ago. de 2011

Tem_po

O hoje não tem tempo
para o ontem
acabado, restaurado, santificado
na superfície de querer ser
e não era
não foi
não teve tempo
para ser seu tempo
no seu tempo
que tempo?
Não houve tempo
acaso de tempo
ressonância de ontem
tempo de hoje.

Representação

Um
CORAÇÃO
bate
des_controlado
fixo
pensamento.
Lembrança.
Pessoa,
figura
sem escala
fantasia
de remoto controle
fruta
cores.

Ia lá

Lá ia
toda vestida de branco,
de negro.
Lá ia
Lá ia
toda vestida
toda dourada de sol,
despida de sangue
que purpura a púrpura
cura da exaltação
da carne
que ia
ia, ia, ia...
lá.

Rota

Lá ia a gaivota
para
quedas de skatistas
tombos de cotovias
vias de acesso
reconvexo de
começo
avesso
do nexo
recomeça o
contraeixo
do não eixo
queixo,
queixa de
quero-quero
lero-lero
eira beira
nova Era
de idas e vindas
lá gaia
a gaivota
volta
rota
meia-volta
em vias
remotas de
canto
cantos
corte de idas
não vindas
recaidas
idas.

Gosto de MERDA

Descobri!
Descobri hoje
nos labirintos
de uma conversa
infrutífera
que ainda gosto.
E tudo virou
gosto de merda.
Que merda!

Ícaro

O pássaro
a cantar
canta pela janela
sobrevoa, sobrevoar
voa, voar
ao ar...
alado
abalado
embalado
no canto
solto
ao luar
a valsar
baladas,
ressoar
assas
soltas
no voo
voo, voo, voo
recolhido
ao céu.

Natural do Bicho

Natureza enfadonha
desmatada
na mata
morta da alma
do homem natural.
Reserva.
Inaturalidade
da identidade
idade
real
da irresponsabilidade
real do homem
que sonha
ser natural
hipocresia fatal
que mata
e desmata
a irrealidade
que urra
para ser se
o faz ser
abortado
de dor
na dor
transversal
da alma
lavada,
degenerada,
degradada,
degradação
da realidade
fatal,
crível
natural do homem
que se corrompe
nefasto
Fausto
real de si mesmo
na amostra
possível
verrossímel
que recai
em si mesmo
por si mesmo
esmo.


Ponto...

O sentir
não é o ponto,
mas o ponto e vírgua
da criação
não,
não dá pra
não ser,
ser o que
não se é
não,
não dá pra ser
a boa figura
da sonata,
liberdade verdadeira
realidade que não é verbal
Não é ser,
ser do não ser
resentido,
a sentir
a vírgula circular.

18 de ago. de 2011

Real de rosa

A vida é real
real_mente
engraçada
como uma rosa
que desabrocha
como a moça
rosa
ganhada,
colhida.

Que sorri
pra vida
pra rosa
branca

cor de nuvem
no céu afrouxa
o vento que corta
a meia dúzia
de rosas
múltipla cores
presentes
pra ver a graça da vida
pra se fazer de
graça
pra rima
que desflora
por real,
irreal
de Rosa.

Idade do Bicho

Não sinta o peso da idade
sinta o peso do mundo,
da human_idade que corre
em busca do nada
e do tudo
da coisa feita, desfeita e refeita
redemoinho de vezes
de mim, em mim
de ouvidos que não ouvem,
sentem
de vozes que não falam,
ouvem
de corações que não batem,
calam
escalam
escadas de idades que flutuam
crescentes na descendência
do peso das coisas
da febre íntima
de ser
equacionado
no diminuto
da soma
do peso do mundo
na superfície das coisas
ao tempo
mesmo tempo
de bicho perdido
no mato sedento
do bicho que somos
que éramos
a seguir
perdido
encontrado
a encontrar
no cu do mundo
nu
dentro
do tudo
avesso
a idade do mundo.