+ no

31 de jan. de 2008

Si...lêncio

Xiii...
Ouça o vento.
Xiii...
Ouça passar o vento.
Xiii...
Sinta a tua respiração
ao vento.
Inspira a pausa do tempo,
solte o tormento corrosivo do tempo
e acalme o teu coração selvagem.
Inspire, respire.
Xiii... Silêncio
para o senso que arrebata o esplendor do silêncio;
rompe com a angústia triunfante que marca
o afastamento de seu eu verdadeiro.

29 de jan. de 2008

Movi_mEntos

Movimentos circulares. Redondos. Círculos transversais que deformam os sentidos.
Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia
Vamos dar
Perdi, não encontro saídas e muito menos entradas. Perguntas, muitas perguntas, para poucas respostas. Ai... Cadê?
O anel que tu me destes
Era de vidro e se quebro
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou

Nove e meia da manhã. O despertadou tocou, exatamente, às 7h, não ouvi... Aliás, ninguém ouviu nada. Silêncio absurdo. Me Mexo pra lá e pra cá.
O corpo. Tudo dói. Chuva caindo torridamente, lá fora. Droga estou atrasada. Banho rápido, roupa básica, nenhuma maquilagem, chaves do carro, bolsa e pasta de trabalho.
Avenida Rebouças, trânsito normal, viro a direita, sentido Cidade Jardim. Farol vermelho. Carros emparelhados, chuva que persistir em continuar a cair, pará-brisas (movimentos: direita, esquerda). Olho a minha direita no carro ao lado, uma mulher. Semblante distante, roupas sombrias, formais. Está triste, penso. De repente uma mão sobre o rosto, enxuga uma lágrima que cai. Buzina. Farol abre. Celular toca. Olho o identificar, são 10h45, chamada: Editora Cantos.
- Alô.
- Ana Zutti.
- Sim.
- Osmar Coelho
- Oi, Osmar, já estou chegando.
- Ótimo, porque a editora ligou falando que chegou de viagem e que está a caminho.
- Entendi, então, ela vai praticipar da reunião.
- Isso mesmo.
- Pode deixar, vou causar boa impressão.
- Não precisa nem dizer, eu sei disso.
- Tá, até mais.
- Até.

Trânsito, trânsito, trânsito. Transito entre esse mundo e o outro. Cirilampos a me dizerem verdades inaltidas.
Tudo gira, gira, gira. Ainda estou dormindo?
Sonho realidades impostas, como brincadeiras inocentes desse estado saturno da mente de crianças a fazerem mimos no reino de Momo rei acariciado pelo destino.
Encontro-me na porta de entrada da Cantos. Canto cantos entoados. Sonho. Sonho no canto perdido do campo de minha esquerda e de minha direita.
7h, o desperdador toca. Acordo.

Quadrilhinha

Filés de peixe
Fiz
Desfiz pintados de garupa
Refiz
quermeses de enamorados
Febris.

Pescada de quadrilha
Sutis

A par – te

Parte de mim
em mim
parte
de mim parte
corrosiva da sacies
de fruta madura mordida
bipartida entre o querer
e o ter
de partida em parte de mim
partida parte a parte de mim
em mim
parte partida
repartida parte de mim
que não tem a certeza
das incertezas nem
das certezas que se
faz mulher
re-partida
abatida, tida, contida
em parte de mim
de partida
parte a parte
retida
redesenhada em partes
de mim partida
em mim
de início
meio, fim
começo de avesso a mim
que parte
reparte em arte de
infância feliz
partida, renascida
do provir da arte
parte a parte
aflorada em mim
que arde o sopro da vida
parte de mim

Palco Giratório

Calo na ferida
invertida que dá luz
a ávida vida!

Calo.

Estanca pedra
que estatela o reino
construído de mulher
fragmentada
nua, surda, sua
fina frida Calo.

Calo
na controversa remetida
na senhora menina
menina - mais Calo
Promessa sentida remendada
em dores de cores
colores apresentados de si mesmo
em ar-dores

Calo
perante ferida
Calo.

!

Estúpida sensação
de sentimentos
Evolução em falta

Sentimento com gosto
de mentira re-sentida

Xinga o covarde de covarde
bosta, mesquinha, filhinha da putinha

Rompe, corrompe
mas digas o que
queres da deusa incortida
antes de jogar contra a parede
e chamar de lagartixa.

Questione o senso do
não senso insatisfeito
de querer comer

coma e catarre
todas as faltas
não-faltas que come - ti.

Exagere na dose
Diga a verdade
pra ir
ter
não ter mais a
fome
que aqui
ali
atamos.