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10 de set. de 2009

...

Vida, vida, vida
leve surda
ácida vida

22 de ago. de 2009

Hanna Flor

Oblíqua pintura de mulher
Consoante ausência
que reaflora a flora da menina mulher
de figura que interpela os in-conscientes
Esfinge híbrida coerente
carente, recente
que sente
remota sentinela cadente
que chora e bebe mar

Na ávida!
Rajada batida
que há
que havia
na superfície escarlate
no fundo havia
Não, há
recorrência fuga
de lua
minguante no ressonar
quarto crescente na mão da menina
cheia no coração aberto pro mar
nova nos olhos cor de âmbar

da flora que reaflora na mulher menina
menina mulher

Flor que reaflora a cada dia
a cada noite
inaudita, inalterada
de flora exposta
lânguida e híbrida
na candura bruta
de flor mulher
Na delicadeza selvagem
de flor menina
que reaflora
a flora
contida
oblíqua
da pintura de
mulher menina
menina mulher.

29 de jun. de 2009

...

O homem pega o papel do lixo pra limpar sua sujeira

A criança passa correndo da fome

O carro acelera o passar do sinal amarelo

O transeunte respira com a cabeça encostada no chão, sustentando seus 200 quilos de grilos

O velho caga a sombra da morte

A mulher decipa sua responsabilidade geradora

E os outros,
nós outros,
outros mesmos,
outros eus
que se explodam.

25 de jun. de 2009

São caos

O calculado caos desmedido
Respira, inspira o
oco acaso de
paredes enfileradas
construídas, destruídas
na superfície aérea
poluída do horizonte
sombra deserta
remontada na transviada
cadência do caos de pé, chão

Força de ter não ter
Todas as coisas
Não ser para quem vê
o inaldito caso caos pensado
das coisas corruendo pessoas
pessoas corruendo pessoas
pessoas corruendo coisas
coisas curruendo coisas
ascos de coisas
sensações mesmas
sensações outras
sensações...
na construção, destruição
do caos medido
sentido
santificado
calculado
pelo
São
caos
Amém.

7 de jun. de 2009

Bem

Bem-te-vi sem pátria
voo que escreve sua morada
Remoto bem de Bem-te-vi
Bem-te-vi
Bem-te-vi.

Bem, te vi
Bem, te vi
ontem,
anteontem
Te vi, bem
Tu esta_vás sem morada,
sem mala
sem remédio
sem eira nem beira
mas tu esta_vás

E eu ia ia
atrás de ti, Bem
E eu vou vou
voo voo voo
atrás de tuas asas caídas.

Vás pássaro contente
esmaga o seu soluço
e canta a sua angústia
que delíra

Bem-te-vi
Bem-te-vi
Bem-te-vi

Vi te Bem
Bem te vi
te vi Bem
Bem te vi ontem,
anteontem,
hoje,
agora te vi
Bem-te-vi.

...

Estopim de calma
de alma lavada.

Meditação repentina
retinas retidas...

26 de mai. de 2009

...

Surto, surtido, contido
ímpares vezes
ovíparos ouvidos.

16 de mai. de 2009

V

Ver ir indo
Verde indo
Dinástia de Diana
anda delirante
Veri - Diana,
Veja o laço transcendente
da remota FALTA do
ruído branco que escala
notas soltas pelo ar de
Ver de Ana
Ver de ir Diana

Canavieiras

Sai correndo pra Canavieiras
vieiras, vieiras
Cana-de-pau vieiras
eiras de vieiras
boca de Cana-vieiras
na vieiras
ei_ras
eiras correndo foi
pra Canavieiras
Cana-vieiras

12 de mai. de 2009

Faz há tempos

Teimosia arcaica
de faz tempo
de há tempos.

Recomeça, recomeço de passado
passado. Faz tempo.
Há tempo por recomeço?
Recomeça o tempo.
Meça no começo
avesso do re-tempo
Reconheço a arcaica teimosia
do tempo
de faz
tempo.

9 de mai. de 2009

Para_elas

Sempre paralelas
Sempre paralelas
Para elas sempre
Elas
Sempre elas paralelas
Para elas
Paralelas.

9 de mar. de 2009

Tudo é nada

Estonteante pré-reencontro
Desfocado na surpresa
de não ser
Não era o Ser
de não ser no movimento
invertido de querer ser
outro ser a querer também ter.

Não tinha nem um nem outro
na surpresa de não ter
De não ter conhecimento da vontade de querer
Ser o que não se espera
no movimento arbitrário de querelas
remetidas na presa fala
surpresa do reencontro interrompido
que não era.

Tudo é nada.

Marcas

São 18h42. Não, não é.
Marco o tempo ou deixo ele me marcar?
Não sei responder.
Penso, penso, penso...
E esse movimento exercitado
Do pensar é quase como as batidas do coração.
Tuntum, tuntum, tuntum...

Tudo pára e eu já não tenho o sentido do tempo.

Somente as andanças do meu coração a marcar.

...

...
Núcula vazia da
síntese de ter não ter
De querer ter e não ter o
Nódulo de retinas ensimesmadas
Vazias...
De pares voláteis
na superfície de suposta fatalidade
da carência que rebate
refletida em querelas sonhadas
de anseio que se abre na
realidade de quereres
Querer
querelas
Aquarelas.

A Arte e o Silêncio – Tempo, no tempo (Para o Jodru)

Tempo, o tempo... O tempo é amigo do tempo e só o tempo dirá ao tempo.
No tempo fazemos, re-fazemos achamos e re-achamos que temos o tempo.
O tempo se diz tempo. Será tempo?
Tem tempo. Tempo de quê, do quê?
É esse que se integra no limiar do tempo.

Tempo silêncio
Arte do tempo
Silêncio tempo
Tempo arte
Tempo silêncio tempo
Tempo arte tempo
Arte silêncio tempo
Tempo silêncio arte
Silêncio arte tempo
Silêncio arte do tempo
Tempo silêncio na arte
Arte silêncio do tempo
Tempo tempo tempo

Silêncio silêncio silêncio

Arte no silêncio
Silêncio arte

Arte e silêncio

No tempo tempo tempo
Tempo da na arte
Tempo no do silêncio
Tempo do no espaço
Tempo do no sentir
Tempo na da vida
Da Tempo tempo tempo

tempo tempo tempo
Tem... Tem... Tem... PO
TEMPO no TEMPO
TEMPO.

...

Sinta a atmosfera intensa
de um dia qualquer
Transpareça na mudança que está a sua frente
Cresça apareça desarmada no ladeamento que está por acontecer.
Sorria você não está sendo filmada.
Suma, fuja, corre do mar de medos e receios.

...

Estúpida sensação
de sentimentos
Evolução em falta

Sentimento com gosto
de mentira re-sentida

Xinga o covarde de covarde
bosta, mesquinha, filhinha da putinha

Rompe, corrompe
mas digas o que
queres da deusa incortida
antes de jogar contra a parede
e chamar de lagartixa.

Questione o senso do
não senso insatisfeito
de querer comer

coma e catarre
todas as faltas
não-faltas que come - ti.

Exagere na dose
Diga a verdade
pra ir
ter
não ter mais a
fome
que aqui
ali
atamos.

Um que de não sei que

Te quero!
mas tenho em mim
inerência repugnante
impotência de
não sei o quê.

Quero_te!
do avesso e do recomeço
mas tenho contido
em mim
a teimosia que
me restringe
perante a ti.

Ter Querer
longo e estreito processo
que se diferencia
pela letra maior do verbo
infinitivo
Querer, Perder, Poder
Te querer querendo.

...

Revelações
em conversa.

Preciso falar
falar para parar,
revelar
a incoerência dos atos
cortantes deixados em paralelas
de hábitos sustenidos,
suspensos.

Conversas
reveladas dão a mão
a caminhos
partidos, partindo
mal rascunhados
conservados em suspenses
arados.

Desnudas são as palavras em
fala muda contida no
verbo transverso.

Retrocesso de excessos
camuflados de atônitos verbos
ditados em figuras inanimadas em
pertences anseios mesmos.

E o tempo,
delicadeza
que se anseia pela revelação
ação cortante do rever velar re-velar.